sábado, 14 de junho de 2008

NINGUÉM CHORE SOZINHO


A vida é bonita como uma flor. Viver é bonito que nem um passarinho. É do jeito dos olhos e do olhar. Colorido, preto e branco como se quer. Pedra e pau, algodão e fumaça. Cabriola e requebro, rodopio e ponto de chegada. Vai e volta. E por ser ela, nem vai nem volta. Estanca nas emoções que são os confeitos da própria vida.
A vida é o menino mijando no fundo do quintal, o caramelo na boca, a sacristia, o perdão do copo da cachaça, a mulher nua, o homem de gravata, o peito empinado, o seio de mamar, a lágrima e o véu, o coração e o pio, a pena e a asa, mesmo assim, um passo, mergulho sem fundo. A vida é vez. E toda vez é vez. Nem que seja pelo avesso. Que frente e costa têm cor. Nos arco-íris de fora e de dentro.
A vida é doce que nem lágrima salgada. É um rio no rosto que espera. Um caminho de bocas e de silêncios. Vestido rendado e calça curta. Véspera e luz. Nos arredores do tempo, os canteiros se enchem de flores e pingam espinhos, que flor e espinhos, que flor e espinho são da mesma oração. A vida é bonita como uma flor eterna em cada pétala que cai. E se debruça no chão, o orgasmo da fome.
Pois a vida é fome e pétala, é rosa e canteiro, parto e aborto, explosão e desmaio, o cisco no canto do olho, a cadeira de rodas, a espingarda, o gatilho das esperanças, a esmola e a mão cheia. O pinico e o prato, o pé, o sapato, o cabelo e a queda, o baile e o sereno, o vestido e o nu. Os dedos desencontrados que enganam a magia das mãos...
Por tudo isso me calo. Perco a voz. Esqueço o silencio. Que a voz é vôo. Canto as minhas alegrias e me deito nos meus recantos. Todos eles cheios de estradas e de mim mesmo. Canto a vida, o vai-e-volta das cavernas, a árvore e o tronco, a minha ilusão das catedrais e dos morcegos, o vôo surdo das asas noturnas, o roçar das pernas flutuantes nas beiras da noite. Por tudo isso eu não me calo. Adejo, flutuo, nos morcegos e nas andorinhas que misturam as imagens das criaturas.
Por tudo isso eu calo e não me calo. A dor do sapato se muda na dor da estrada, pois a vida é bonita que nem uma flor. Estes passos dos dedos, das unhas, das estrias, dos riachos da alma, pedaços de tudo que escorrem para dentro de mim. É vez de ver, de escutar, de sombra e luz. A luz debaixo dos meus pés, que os pés se multiplicam nas veredas, gosto dos caminhos maiores.
Por isso, a vida é maior. Pois pergunto ao tronco e à folha, a razão de cada um, pauta e escala musical, onde verdadeiramente estou, onde verdadeiramente estamos. Talvez na pétala ou no espinho, no tronco ou na folha, no tronco da moeda, no espelho de todas as imagens. De resto, que ninguém chore sozinho.

In memoriam

‘Robério Maracajá’

Um Meio ou uma Desculpa - Roberto Shinyashiki

Por vezes me fazem chegar artigos, e opiniões deveras interessantes, como foi o caso deste “Um meio ou uma desculpa” remetido por uma amiga especial, e que não podia deixar de compartilhar convosco.
‘João Massapina’

Um Meio ou uma Desculpa

Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho, sem sacrificar feriados e domingos pelo menos uma centena de vezes.

Da mesma forma, se você quiser construir uma relação amiga com seus filhos, terá que se dedicar a isso, superar o cansaço, arrumar tempo para ficar com eles, brincar, fazer lição, deixar de lado o comodismo.

Se quiser um casamento gratificante, terá que investir tempo, energia e sentimentos nesse objetivo.

O sucesso é construído à noite! Durante o dia você faz o que todos fazem.
Mas, para obter um resultado diferente da maioria, você tem que ser especial.
Se fizer igual a todo mundo, obterá os mesmos resultados.

Não se compare à maioria, pois, infelizmente ela não é modelo de sucesso, CONFIE EM SI MESMO.

Se você quiser atingir uma meta especial, terá que estudar no horário em que os outros estão tomando chope com batatas fritas.
Terá de planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão.
Terá de trabalhar enquanto os outros tomam sol à beira da piscina.

A realização de um sonho depende de dedicação, há muita gente que espera que o sonho se realize por mágica, mas toda mágica é ilusão, e a ilusão não tira ninguém de onde está, em verdade a ilusão é combustível dos perdedores pois...

Quem quer fazer alguma coisa, encontra um MEIO. Quem não quer fazer nada, encontra uma DESCULPA.

‘Roberto Shinyashiki’

TAPA NA CONSCIÊNCIA

Quando a conheci, ela já estava com câncer. Havia retirado um seio, que não fazia a menor falta à sua beleza. Esse era um assunto que eu procurava evitar, não obstante o interesse em saber como tudo tinha acontecido.
Um dia, ela me disse:
“Quando soube que estava doente tive que me submeter a uma mastectomia. Foi um choque. Uma mudança que não ocorreu só no corpo, mas em todo o meu ser. Depois, percebia que já era outra pessoa, pois via tudo completamente diferente.”
“Veio a quimioterapia, fiquei careca, mas encarei tudo com um surpreendente realismo. E conclui que tinha que seguir a seqüência.”
“Seguir a seqüência”... esta frase até hoje se repete na lembrança que tenho da minha amiga. Conhecê-la foi uma das melhores lições que tive na vida. Incrível como naquele olhar havia tanta beleza e esperança capazes de passar por cima de qualquer tristeza.
“Germano, ao constatar que nem sobre a própria vida temos posse alguma, vi que o grande ensinamento é o desapego, e comecei a doar minhas coisas. Era um exercício difícil porque eu procurava me desfazer primeiro daqueles objetos de que mais gostava. Isso foi muito bom porque me sentia mais independente; mais solta e livre de presilhas e ilusões...”
E mudou radicalmente a alimentação. Procurava comer grãos integrais e coisas naturais, o que lhe dava mais lucidez e percepção das verdades, além de alguns anos de sobrevida. Como uma coisa puxa a outra, a paz que o arroz integral lhe deu completava-se com leituras zen-budistas.
“Quando mamãe me trouxe uma peruca para esconder a minha careca, achei muita graça. Mas o espelho censurou-me: Não Julia, nada de mascaras, a realidade não é esta. Ademais, eu também tinha que me desapegar da imagem que guardava de mim mesma e para os outros. E dei a peruca para os meninos brincarem. Foi muito engraçado”.
Certo dia ela tateava a nossa estante e deparou-se com um livro que lhe interessou. “Posso pegar emprestado?”. “Sim, claro, leve-o, é muito bom!” Passadas algumas semanas, agora era eu quem ‘voejava’ na sua biblioteca. E veio-me a lembrança do livro emprestado. “Julia, você já terminou de ler aquele livro de Rajneesh?”. “Terminei, sim, é que emprestei a um amigo meu”. Inicialmente aquilo me inquietou. Afinal para os padrões “normóticos” de etiqueta ninguém deve emprestar algo de outrem sem a devida permissão. Calei-me e mudei de assunto.
Semanas após, novamente em sua casa, lembrei do livro e tornei a perguntar por ele. Mas, ela respondeu. “Ah, o livro agora está com outro amigo”... Confesso que aquilo me desapontou, pois ainda não era tão “zen”, e tão desapegado das coisas tal qual ela.
“Mas, Julia, que coisa! Isso não se faz. Quem já viu emprestar algo que não é seu, e há tanto tempo que era para você tê-lo devolvido”...
“Amigo, livro é pra circular. Não há crime maior do que deixá-los parados numa estante”...
Aquilo foi uma tapa na minha consciência. Uma lição de que me lembro até hoje, e dada por quem mais autoridade não podia ter...

‘Germano Romero’

SOBRE A AMIZADE – 2

A tolerância, talvez seja essa a parte principal. Há de entender-se... Que nenhum ser humano vive em total estado de bom humor a vida toda. Haverá dias em que os ânimos não estarão bons, o coração de um deles não estará bem. Isso sem contar que as pessoas em geral têm os mais diversos tipos de temperamentos e, portanto de atitudes. Há de saber-se que para se ter um amigo, alguns momentos desagradáveis dele teremos de suportar, passar por cima mesmo, ignorar, sabendo inclusive que ele em algum instante fará o mesmo por nós se for amizade verdadeira o que ele sente. Há de saber-se, aceitar e entender, que a perfeição em termos de ser humano não existe, cometemos todos, diversas vezes, falhas, enormes falhas. Nenhum de nós é o rei da verdade, nenhum de nós está certo o tempo todo... em algum momento o nosso amigo é que será a parte certa e por mais que o nosso orgulho nos impeça de dizer, teremos que aceitar.
A humildade há de precisar fazer-se presente sempre. Amigos que não convivem com isso, dificilmente conseguirão levar esse relacionamento avante. Há de ter-se humildade pra dizer coisas simples: “Eu errei, você me perdoa?” “Eu me arrependi, você me desculpa?” “Eu não fui fiel a você, me dá outra chance?” “Eu disse o que não devia, você pode esquecer?” “Eu ando negligenciando nossa amizade, você me permite recuperar esse tempo perdido?”
Amigos não se orgulham de ter orgulho, eles orgulham-se é de passar por cima dele no momento que se fizer necessário.
Orgulho de amigos tem que estar em tê-los como amigos e em poder dizer a qualquer um: “Sim, ele tem um milhão de defeitos, comete mil erros, falha muitas vezes... Mas é meu amigo!”... E nessa última frase... “Mas é meu amigo” “Esta implícito,” e, portanto, apesar de tudo, é com ele que conto na hora da dor e na hora da alegria”. Ser humilde em uma amizade não significa humilhar-se, significa sim, provar ao outro o seu grau de importância em nossa vida.
Por fim, uma amizade há de ter altos e baixos sim, há de atravessar furacões, cair em abismos, há de despedaçar-se, arrastar-se, ser vulnerável... Mas se for amizade de verdade, há de voltar, envolta em ferimentos, apoiada numa bengala, sangrando até... E há de encontrar o seu companheiro com o curativo nas mãos, amor no coração e disposto a dar o perdão!

‘Brígida Brito’

SOBRE A AMIZADE – 1

Engraçado, eu sempre fiquei pensando em que momento da vida foi criado esse sentimento… A amizade. Quem será que compôs o primeiro par de amigos da face da terra? Fico imaginando que eles devem ter tido muitas dificuldades nesse relacionamento, afinal, foram os pioneiros em dar carinho, aparar arestas, serem muitas vezes incompreendidos e ainda assim estarem sempre de braços abertos para receber o outro quando preciso.
Bom, mas o tempo passou e hoje já sabemos muitas coisas sobre amizade. Há de entender-se que a amizade não é algo somente que nos traz alegrias e esse é o maior desafio dela. Há de aceitar-se que se pode ter amigos diferentes de nós, em raça, religião, temperamento, criação, cultura. Isso na verdade não é importante na amizade, nem chega a ser um obstáculo. Há de saber-se que as regras principais da amizade são o respeito, a consideração, a tolerância e a humildade.
O respeito é primordial, aliás, em qualquer tipo de relacionamento ele faz-se necessário. Pessoas têm seus limites e esses limites devem sempre ser respeitados. O fato de termos amizade e intimidade com alguém, não nos dá o direito de violar certas regras que estão implícitas em uma amizade.
A consideração é um fator muito importante também. Não adianta sermos tudo de bom para alguém e nos momentos mais delicados e necessários para esse alguém, não termos a consideração que se resume na atenção devida. Espera-se mesmo que a amizade, como qualquer outro sentimento, seja uma via de mão dupla. No existe a possibilidade de só darmos, jamais recebermos e ainda assim sermos realizados nesse sentimento. Não se trata de um “toma lá dá cá”, mas trata-se de um “lembro-me de que quando eu precisei você esteve comigo, portanto gora você precisa e eu aqui estou”, e isso há de ser feito com um sorriso nos lábios e muito amor no coração.

‘Brígida Brito’

SOB OS VENTOS DO SUL

Não me entendo mais! Ainda ontem, eu sentia em mim a tempestade, alguma coisa de quente e de ensolarado, extremamente claro. E hoje tudo é tranqüilo, vasto, melancólico e sombrio, como a laguna de Veneza: - não quero nada e não solto um suspiro de alivio e, contudo, estou secretamente indignado com esse “não querer nada”: - assim as ondas vão e vêm aqui e acolá no lago da minha melancolia.

‘Friedrisc Nietzsche’

TÁTICA PRA OBTER AUMENTO

A empregada chega para a patroa, conhecida socialite, e diz:
- Madame, estou querendo um aumento!
A patroa, chateada, indaga:
- Você só está aqui há três meses...
A empregada:
- Madame, eu tenho três razoes para pedir aumento. Primeiro, eu lavo e passo roupas melhor do que a senhora?
A patroa, se exasperando:
- Quem lhe disse isto?
A empregada:
- O patrão...
E completou:
- Segundo, ele também disse que eu cozinho melhor. E terceiro, sou até melhor na cama...
A patroa:
- Cachorro! Foi meu marido que disse?
A empregada:
- Não, isto quem disse foi o vizinho...

BEIJOS PARAIBANOS

A festa era em homenagem às bodas de ouro de Severino Teixeira, líder político de Areia (PB). O lendário José Américo compareceu, aos 92 anos, e ficou assistindo outro convidado ilustre João Agripino, entornar todas.
A certa altura, Agripino fez um emocionado discurso e até beijou o Teixeira.
Dona Lurdinha, secretaria de José Américo, perguntou ao chefe:
- O Senhor está se sentindo em?
- Melhor do que o João Agripino, que já está beijando homem e eu; ainda não beijei nem mulher...

SEU QUEQUINHA E OS PEDITORES

Seu Quequinha, que foi candidato em Mamanguape, costumava sair com dinheiro trocado, para distribuir com as pessoas que o assediavam, principalmente os beduns.
Naquele dia, saiu de casa para ir à missa. Mas, enquanto aguardava o inicio da celebração, sentiu necessidade de ir ao banheiro e se dirigiu ao bar que ficava n esquina.
Mal entrou no bar, foi assediado e reagiu:
- Tenho não. Só tenho uma nota e é pra dar aos santos.
Mas, ante a insistência dos beduns, ele abriu os braços:
- Quem quiser tirar o dinheiro que tire. Mas, eu não posso nem pegar, porque prometi aos santos...

OS TRÊS DIAS

Mansour Hallaj foi um dos grandes místicos do Islã, e viveu grande parte de sua vida no Iraque. Ele dizia que o homem é uma manifestação de Deus, mas seus trabalhos apresentavam algumas contradições com o que era oficialmente reconhecido na sua época.
Como resultado, terminou sendo acusado de blasfemar contra a religião, e foi condenado à morte.
No dia da sua execução, um dos discípulos perguntou:
“Mestre o que é o amor?”
“Olhe com cuidado tudo que acontecer comigo hoje, amanhã, e depois de amanhã”, respondeu Hallaj. “Isso é o amor”.
Naquele mesmo dia, ele foi morto.
No dia seguinte, queimaram seu coração. No terceiro dia, espalharam suas cinzas, e nunca mais puderam recompor o coração de Hallaj.

‘Paulo Coelho’

O VINHO QUE VIROU ÁGUA

(Ou o tudo que virou nada)

Nos Alpes Italianos existia um pequeno vilarejo que se dedicava ao cultivo de uvas para produção de vinho. Uma vez por ano, lá ocorria uma festa para comemorar o sucesso da colheita.
A tradição exigia que nesta festa, cada morador do vilarejo trouxesse uma garrafa do seu melhor vinho, para colocar dentro de um grande barril que ficava na praça central. Entretanto, um dos moradores pensou:
“Porque deveria levar uma garrafa do meu mais puro vinho? Levarei uma d’água, pois no meio de tanto vinho o meu não fará falta”.
Assim pensou e assim fez.
No auge dos acontecimentos, como era de costume, todos se reuniram na praça, cada um com sua caneca, para pegar uma porção daquele vinho, cuja fama se estendia além das fronteiras do país.
Contudo, ao abrir a torneira do barril, um silencio tomou conta da multidão. Daquele barril apenas saiu água. Como isto aconteceu? Foi que todos pensaram como aquele morador:
“A ausência da minha parte não fará falta”.
Reflexão:
Nós somos muitas vezes conduzidos a pensar:
“Tantas pessoas existem neste mundo que se eu não fizer a minha parte isto não terá importância”.
O que aconteceria com o mundo se todos pensassem assim?

‘Brígida Brito’

O PIOR CAOS É O DA FÉ

O famoso filósofo Nietzsche, ao definir o conhecimento, algo sagrado para ele, transparece um sentimento de frustração. Afirmando que o homem por não conseguir conceituar com precisão as verdades aos seu redor, vive por meio de metáforas, mentindo para sobreviver. Nietzsche descobriu que ao fugir da realidade o homem, prefere a mentira e sofrer suas conseqüências, do que usar a verdade que ele não consegue definir. A meu ver, em meio a este dilema, de verdade e mentira, o homem reage de duas formas na vida. O homem racional, aceita este fato, de que sempre ele terá que dar uma resposta, pesada e qualificada; e o homem intuitivo, irá buscar em meio a este caos, a beleza construída pela aparência, que sobrevive por ver ao redor, um mundo fantasioso. Como alguém que sempre acha uma flor no deserto, um sorriso no leito da enfermidade ou a solidariedade em face da tragédia.

‘Hélder Torquato Fernandes’

OS GRITOS PARA ENGRAVIDAR

O deputado Padre Levi fazia uma sessão de confissões, quando chegou uma conhecida na igreja uma senhora de Cajazeiras, que, há muito tempo, queria ter um filho.
Zilinha fazia suas orações e ave-marias aos gritos, como se quisesse se fazer ouvir pelo Senhor de todo jeito.
A gritaria levou o Padre Levi a intervir.
Chegou junto dela e aconselhou:
- Minha filha, deixe de tantos gritos. Para a senhora engravidar e ter um filho, não precisa de tantas ave-marias, não. Basta um padre nosso!

MINISTRO SÓ COM TELEX

Eduardo Portela era ministro da Educação, no governo João Figueiredo. Ele foi obrigado a pernoitar em São Paulo: o mau tempo fechou o aeroporto.
Foi direto para o hotel Maksoud e, na recepção, o empregado português exigiu o pagamento antecipado da diária. Mas não aceitou o seu cheque de Brasília.
Um primo de Portela, Valdir Luciano, cochichou:
- Esse é o ministro da Educação, Eduardo Portela
- Não é não – cortou o empregado do hotel, para explicar cartesianamente – se fosse, teria vindo um telex de Brasília fazendo reserva. Toda a vez que vem ministro pra cá, vem telex. Não tem telex, então ele não é ministro.

HAVIA UMA MAGNÓLIA

Havia uma magnólia no jardim, mas isso não sabíamos ainda. Era apenas a árvore grande ao centro, com misteriosas flores brancas, é certo, por entre as folhas. Pousava, na sombra, a ideia de um esquilo (mas não havia esquilos no jardim, só nas páginas do livro aberto na mesa de pedra). Não sabíamos ainda nenhum nome, excepto, talvez, o dos pinheiros.

Graça Videira

SEU LUNGA NO CONSULTÓRIO

Seu Lunga começou a sentir umas dores meio de lado, e resolveu ir no médico se consultar. Pagou a consulta e ficou esperando.
Quando, enfim, entrou no consultório, o médico foi logo indagando:
- Seu Lunga, o que é que o senhor tem?
Lunga, já fazendo menção de se levantar:
- Doutor, se eu soubesse o que tinha não precisava procurar um médico!

HAVERIA A QUEM PEDIR?

Graciliano Ramos e Otto Maria Carpeaux eram companheiros de copo e de cruz, na redação do bravo Correio da Manhã, e no bar do Hotel Marialva – onde sempre terminavam o dia curtindo interminável pessimismo.
Certa vez, Carpeaux se espantou com o valor da nota:
- Como as coisas estão, intelectual vai ter que pedir esmola...
Graciliano apenas murmurou:
- A quem?...

HABITAR O TEMPO

Escutam-se nos seus cabelos as ondas do mar como se os abismos trouxessem o eco dos peixes beijando-se em camas de algas e os pescadores fossem deuses a invadir búzios reinos de silêncios quebrando o encanto da água exposta na luz dos espelhos com o sexo à flor da pele palpitando por entre os olhos da natureza a chamar sempre ao longe como se pudesse convencer um corpo a ficar eternamente abraçado a outro corpo no lugar onde é possível construir a casa habitar o tempo e sorrir aos pássaros que passam na rota do sol sim é possível escutar as ondas batendo na rocha macia dos seus cabelos soltos ao vento.

José António Gonçalves

DOS RIOS

“Eu conheço os rios.
Eu conheço rios tão antigos como o mundo, e mais velhos que o fluxo de sangue nas veias humanas.
Minha alma é tão profunda como os rios.
Eu me banhei no Eufrates, na aurora da civilização.
Eu fiz minha cabana na margem do Congo, e suas águas me cantaram uma canção de ninar.
Eu vi o Nilo, e construí as pirâmides.
Eu escutei o canto do Mississippi quando Lincoln viajou até New Orleans, e vi suas águas tornarem-se douradas ao entardecer.
Minha alma se tornou tão profunda como os rios”.

‘Langston Hughes’

DO TIJOLO

Dois sábios, que viviam na mesma ermida no deserto do Saara, conversavam um dia:
“Vamos brigar para que não nos afastemos do ser humano”, disse um deles.
“Não sei como começar uma briga”, respondeu o outro.
“Pois façamos o seguinte: eu coloco este tijolo aqui no meio, e você me diz: ‘é meu’. Eu lhe responderei: ‘não, este tijolo é meu’. Então começaremos a discutir, e terminaremos brigando”.
E assim fizeram.
Um disse que o tijolo era dele. O outro contestou, dizendo que não.
“Não vamos perder tempo com isto, fique com este tijolo”, disse o primeiro.
“Sua idéia para a briga não foi muito boa”, disse o outro, depois de alguns minutos.
“Quando percebemos que temos uma alma imortal, é impossível discutir por causa de coisas”.

‘Paulo Coelho’

DO RIO

“Ser como o rio que flui
silencioso no meio da noite.
Não temer as trevas da noite.
Se há estrelas no céu, refleti-las
E se os céus se enchem de nuvens
como o rio,
as nuvens são água;
refleti-las também, sem mágoa,
nas profundidades tranqüilas”.

‘Manuel Bandeira’

DO PERDÃO

Dois ex-presos políticos argentinos se encontraram, depois de muitos anos sem qualquer contato.
Sentaram-se em um bar na Avenida de Maio e começaram a lembrar os anos negros da repressão, quando as pessoas sumiam sem deixar vestígio. A certa altura, um perguntou ao outro:
- Quanto tempo você ficou preso?
- Dois anos. Sofri torturas que nunca imaginei. Vi minha mulher sendo violentada na minha frente. Mas os responsáveis já foram presos e condenados.
- Ótimo. E sua alma já os perdoou?
- Claro que não!
- Então, você ainda continua prisioneiro deles.

‘Paulo Coelho’

DO DESÂNIMO

Os “Guerreiros da Luz” não se deixam contagiar pelo desânimo coletivo.
Existe uma espécie de “economia cósmica”, e os guerreiros sabem que o desânimo é uma coisa inflacionária.
Quando as pessoas desanimam, abrem uma porta que em pouco tempo emperra e fica difícil de fechar.
Então, a doença do desânimo começa a se espalhar pela casa, pela vizinhança, pelo bairro, pela cidade, e pelo país.
Quanto mais desânimo encontramos em nosso caminho, mais desanimados ficamos.
Numa mórbida troca, pessoas infelizes se alegram quando podem colaborar mais para a infelicidade coletiva. Tudo passa a ser pior, e a “inflação” do desânimo se torna incontrolável.
Os “Guerreiros da Luz” não desanimam. Não perdem tempo reclamando da vida, procuram transformá-la num bom combate.

‘Paulo Coelho’

DAS DEFINIÇÕES

Dois mestres indianos e um grafitti definem o amor:
Osho: “Dar amor é a experiência real - no próprio sentido da palavra, porque você se comporta como um imperador. Implorar amor é uma experiência de mendigo. Não aja como um mendigo; seja sempre um imperador”.
Nisargadatta Maharaj: “o sofrimento vem do desejo. E o sentimento de unidade nunca pode ser frustrado, o que se frustra é o desejo de reconhecimento. Como todas as coisas puramente mentais, este desejo é uma armadilha”.
Escrito num muro em Buenos Aires (e anotado por Fabiana Riboldi): “Se amas alguém, deixa-o em liberdade. Se ele voltar, foi porque precisou. Se ele não voltar, foi porque precisou”.

‘Paulo Coelho’

DAS BÊNÇÃOS

Duas coisas não podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo.
Num espaço ocupado pela amargura e pelo medo, as bênçãos não conseguem entrar. Mesmo que elas batam na porta, e mostrem a luz que carregam com elas, a porta não se abre.
A alma precisa estar limpa, para que as bênçãos se manifestem.
Por isso é preciso lavar a alma com esperança. Neste processo, nós nos lembraremos de velhas tristezas, e sofreremos de novo a mesma coisa - mas sabemos que as bênçãos estão chegando.
E um dos principais poderes das bênçãos é a capacidade de curar a dor.
Uma alma limpa é aquela que, apesar de tudo, não está conformada com a situação atual. Uma alma limpa é uma alma corajosa, que - mesmo lutando contra as trevas, deseja encontrar a luz.

‘Paulo Coelho’

DA CAVALARIA

“Receba aquele que o procura, e não corra atrás de quem o rejeita. Desta maneira, você estará criando um laço de harmonia com o seu semelhante”.
“Um noviço não deve ser expulso por causa de suas faltas. Quando alguém está fazendo um esforço para melhorar, isto deve ser apreciado e honrado por todos”.
“Um estranho não deve ser aceito por causa de suas qualidades. Quando vemos alguém muito ansioso para mostrar como é bom e compreensivo, precisamos testá-lo com severidade. Porque ele busca aplauso para seus gestos, e pode ter perdido a humildade”.
“Vá sempre além das aparências. Escute. Veja. E confie em suas impressões”.

‘Paulo Coelho’

DA ALMA

“A minha alma crescerá sempre, mas mesmo assim,
nunca chegará até um lugar
onde não poderei segui-la.
Quando acordo de noite, e caminho pela praia,
quando olho para cima e contemplo a infinidade de estrelas,
pergunto ‘a minha alma:
‘quando eu morrer, e você estiver lá, e puder conter todo este Universo, estará satisfeita?’
E minha alma responde:
‘quando eu chegar lá, saberei que posso crescer ainda mais’”

Do livro de notas de Walt Whitman (1819-1892)

AMIGOS LOUCOS E SÉRIOS

Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angustias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Louco que senta e espera a chegada da lua cheia. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. No quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Pena, não tenho nem de mim mesmo, e risada, só ofereço ao acaso.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia no desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que no esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.

‘Marcos Lara Resende’

terça-feira, 10 de junho de 2008

O QUE DÓI... – 219 PENSAMENTO

O que me dói não é o que há no coração, mas essas coisas lindas que nunca existirão.

‘Fernando Pessoa’

MUDAR O DESTINO...

Uma frase é capaz de mudar um destino.

‘Georg Fischer’

DOMINICAL

Morrer na segunda é redundante.

RECICLANDO

Existem umas pessoas tão inúteis que deveriam ser recicladas

DESPERTANDO

Todos nós desertamos de alguma batalha.

COMPREENDER

Para compreender os pais é preciso ter filhos.

‘Sofocleto’

ESCOLHER OS AMIGOS

Deus nos dá os nossos parentes. Graças a Deus, podemos escolher os nossos amigos.

FAMILIAS JUNTAS

Nem sempre as famílias brigam. Só quando estão juntas.

‘Casseta & Planeta’

A RAIZ DO PENSAMENTO

A raiz do pensamento é o coração. Dele nascem quatro ramos; o bem, o mal, a vida e a morte.

‘Eclesiástico’

SER A MUDANÇA...

Nós devemos ser a mudança que queremos ver no Mundo!

‘Mahtma Gandhi’

PADRE LEVI E O PECADOR

Aquele namorador decide se confessar com o Padre Levir:
- Padre! Estou de namoro com; uma senhora casada.
Padre Levi:
- Como é o nome dela?
O namorador:
- Um cavalheiro não dá o nome de sua amante.
O Padre:
- Assim, não posso lhe perdoar...
Então o padre arrisca:
- É a mulher do tenente?
O namorador:
- Não!
O Padre:
- Mas, é a do padeiro?
O namorador:
- Não.
O padre:
- Então é a professora de latim?
O namorador:
- Não. Então, se levanta.
O Padre:
- Filho, não posso lhe dar o perdão.
O namorador:
- Não precisa. O senhor me deu três informações preciosas!

SEMPRE PERTO DO PODER

Político que se preza não perde procissão. Na Paraíba, o deputado António Montenegro, obediente à regra, esteve certa vez na procissão de Santo António em Piançó.
Aproximou-se para ajudar a carregar o andor, mas os quatro lugares já estavam ocupados, um deles pelo senador Rui Carneiro, do MDB.
Montenegro puxou o padre num canto e apelou:
- Reverendo, eu queria pelo menos que o senhor deixasse eu ir perto da banda de música. Longe do poder é que não posso ficar...

FLAMENGUISTAS CONTRA GETÚLIO

Opositor ferrenho de Getúlio Vargas, Carlos Lacerda estava em campanha por sua renúncia, em 1954, e foi pedir apoio ao general Canrobert Pereira da Costa, no Rio.
O general negou fogo:
- Não vou ajudar a botar tanques na rua, para depois sermos chamados de fascistas, como em 45. Só se mandarem ao Exercito moções de toda a parte. Todo o mundo, inclusive o Clube de Regatas do Flamengo!...
- Não seja por isso! – exclamou Lacerda, animado.
Saiu dali e conseguiu no Flamengo a moção pedindo a renúncia de Getulio.

EMPREGO DE CHALEIRA

Zé de Neco esperou um tempão pra falar com Ernani Sátyro, até que finalmente, numa ida do governador a Patos, Neco conseguiu:
- Meu querido governador, sou seu eleitor, desde criança...
S´tyro:
- Que bom, amigo velho. Fico feliz.
Neco:
- Mas, esse seu amigo velho está precisando de sua ajuda, meu querido governador. Preciso de um cargo...
Sátyro:
- Que cargo você pleiteia, amigo velho?
Neco:
- Qualquer um. Até chaleira eu aceito...
Ernani:
- Está aceito, amigo velho.
Neco:
- E quanto vou ganhar?
Ernani:
- Nada!
E ante o espanto de Neco, arrematou:
- Amigo velho, chaleira é um cargo não remunerado...

CONDICIONAMENTOS

Treinamento de pulgas

Sabe como se treina uma pulga? Feche-a dentro de um vidro e feche-o. a pulga não gosta de ficar presa e começa a pular. Ela pula, bate na tampa do vidro e volta. Ela vai fazer isso várias vezes, até que o seu cérebro chega à conclusão de que não adianta. Então, ela começa a pular mais baixo, sem bater na tampa. Depois que isso acontece, você pode tirar a tampa do vidro que a pulga nunca mais vai pular para fora. O cérebro dela ficou condicionado à existência da tampa e ela não identificará mais a sua ausência.

Elefantes

O treinador pega o elefante, quando filhote, passa uma corda no pescoço dele e o amarra a uma arvore. O elefantinho tenta sair, mas a árvore é pesada, forte, e ele no consegue. Depois de várias tentativas, ele desiste. Aí ele cresce, vai para o circo, e o palhaço, para prende-lo, só tem de amarrá-lo à perna de um tamborete. O elefante continuará sempre pensando que está amarrado em uma árvore.
Não somos pulgas nem elefantes, mas também temos uma serie de condicionamentos. Mas, geralmente, não nos damos conta disso.

Limitações

Por que será que temos tanta dificuldade pra nos comportar em nosso próprio beneficio?
O 99% do pode da mente humana está concentrado no inconsciente. Mas toda a nossa educação costuma explorar apenas o consciente. No nos ensinam a trabalhar com o inconsciente, cuja porta de acesso é o hemisfério direito do cérebro.
As limitações que vivemos decorrem da programação negativa instalada em nós durante a infância, e também do uso limitado que fazemos do nosso cérebro. Todos temos dentro de nós um “termostato” que determina o nosso valor. Aliás, todos temos escrito na testa, com tinta invisível, o quanto valemos. Quando aumenta o seu termostato, você aumenta o valor que acha que tem e, em conseqüência, aumenta o que o mundo vai entregar para você.
Quem determina o seu termostato ou o seu valor pessoal, é você. E essa temperatura interna não tem nada a ver com a temperatura externa. Se o seu termostato interno diz, por exemplo, que você vale meio milhão de dólares, isso é o que o mundo tende a entregar para você, independentemente d crise econômica, da situação do país, da conjuntura mundial, etc.
O que vale é a sua estrutura interna. O mundo é um reflexo do seu interior.
Para acompanhar a evolução do mundo, você precisa usar o seu cérebro de modo diferente do habitual. Se você tiver sucesso dentro do seu cérebro, o sucesso virá. Se você tiver amor, vai receber amor.
No momento em que você muda as suas crenças e os seus valores, o mundo muda para você num estalar de dedos.
William James, um dos grandes filósofos e psicólogos americanos, disse:
“Até agora, pensava-se que, para agir, era preciso sentir. Hoje, sabe-se que, se começarmos a agir, o sentimento aparece”.
E conclui:
“O passarinho não canta porque está feliz, ele está feliz porque canta”.
Ainda que esteja deprimido, se você começar a agir de um jeito feliz, você passará a se sentir feliz e, então, será feliz. O comportamento muda o sentimento e este muda o pensamento.
Seguindo esse relacionamento, você pode não estar recodificando diretamente as crenças negativas instaladas no seu cérebro. Mas estará diminuindo o peso delas na sua vida e, ainda, estará exercitando a forma correta de instalar positivas no seu cérebro.

‘Lair Ribeiro’

AMIGO APRENDIZ

Quero ser teu amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te como próximo, sem medida.
E ficar sempre em tua vida.
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade.
Sem jamais te sufocar.
Sem forçar a tua vontade.
Sem falar quando for a hora de calar.
E sem calar quando for a hora de falar.
Nem ausente nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo.
Mas confesso;
É tão difícil aprender.
Por isso eu te peço paciência.
Voe encher este teu rosto;
De alegrias, lembranças!
Dê-me tempo.
De acertar nossas distancias!

‘Fernando Pessoa’

O PEDIDO DO BÊBADO

Na segunda campanha de António Mariz a governador, Luiza Erundina foi a estrela de um comício no interior do Estado da Paraíba.
Ela iniciou o discurso pedindo votos para Mariz. Em seguida, pediu ao candidato que, uma vez eleito, cuidasse mais do social, não esquecesse das crianças e nem dos aposentados e saiu pontuando o seu discurso por pedidos dessa natureza.
Foi quando um bêbado, que assistia a tudo embevecido, se empolgou e gritou lá de baixo:
- E peça também pra policia não bater mais nos bêbados!

TUDO PELO EMPREGO

Como em todo o governo, a administração do presidente Lula arquivou o esquerdismo do PT para fechar acordos partidários fundamentados na troca de favores, no mensalão explicito e no fisiologismo, na briga pela ‘ocupação de espaços’, ou seja, nomeação de apadrinhados para os cargos do governo.
Tudo isto lemra o velho PSD do Brasil, e a frase genial do pessedista Tancredo Neves sobre a vocação fisiológica do seu partido:
- Entre Karl Marx e a Bíblia, o PSD fica com o Diário Oficial!

ALBERGUE-HOTEL-PRISÃO

O caso do presídio do Serrotão, em Campina Grande, Paraíba, é insólito, uma vez que a Policia Federal invadiu a penitenciaria para prender os bandidos que já estavam presos, embora de posse de 22 autênticas suítes, TV plasma, Ventiladores, entre muitas outras mordomias.
Aliás, em Salvador da Bahia, a Policia Federal também invadiu o presídio para prender um apenado que até tinha a chave da cela onde foram encontrados mais de 250 mil reais em dinheiro, para além de uma placa que era utilizada nas visitas intimas que livremente recebia, e que dizia “Por Favor Não Incomodar, Estou Ocupado...”
Os dois factos acima atestam a falência do sistema prisional do Brasil, onde as raposas tomam conta das uvas e não existe muita diferença entre quem está dentro ou fora da cela, no dia a dia comum...

sábado, 7 de junho de 2008

CARGAS DESNECESSÁRIAS

Conta uma fabula sobre um homem que caminhava vacilante pela estrada, levando uma pedra Numa mão e um tijolo na outra. Nas costas carregava um saco de terra; em volta do peito trazia vinhas penduradas. Sobre a cabeça equilibrava uma abóbora pesada. Pelo caminho encontrou um transeunte que lhe perguntou:
- Cansado viajante, por que carrega essa pedra tão grande?
- É estranho – respondeu o viajante – mas eu nunca tinha realmente notado que a carregava. Então, ele jogou a pedra fora e se sentiu muito melhor. Em seguida veio outro transeunte que lhe perguntou.
- Diga-me, cansado viajante, por que carrega essa abóbora tão pesada?
- Estou contente que me tenha feito essa pergunta – disse o viajante – porque eu não tinha percebido o que estava fazendo comigo mesmo. Então ele jogou a abóbora fora e continuou o seu caminho com passos muito mais leves. Um por um, os transeuntes foram avisando-o a respeito de suas cargas desnecessárias. E ele foi abandonando uma a uma. Por fim, tornou-se um homem livre e caminhou como tal.
Qual era na verdade o problema dele? A pedra e a abóbora?
Não. Era a falta de consciência da existência delas. Uma vez que as viu como cargas desnecessárias, livrou-se delas bem depressa e já não se sentia mais tão cansado. Esse é o problema de muitas pessoas. Elas estão carregando cargas sem perceber. Não é de se estranhar que estejam tão cansadas! O que são algumas dessas cargas que pesam na mente e um homem e que roubam as suas energias?
- Pensamentos negativos;
- Culpar e acusar outras pessoas;
- Permitir que impressões tenebrosas descansem na mente;
- Carregar uma falsa carga de culpa por coisas que não poderiam ter evitado;
- Autopiedade;
- Acredita que não existe saída.
Livre-se delas!!!

‘Ralph Waldo Emerson’

DOIDO, NÃO!

O deputado Ricardo Rique fazia campanha em Pitimbú, com o seu costumeiro jeitão, despojado de cumprimentar os eleitores.
Foi quando um espantado cabo eleitoral bateu no braço do prefeito Rômulo Carneiro e comentou:
- Este deputado parece meio doido, prefeito!
O prefeito indagou ao rapaz:
- Está vendo ele comer merda ou rasgar dinheiro?
O rapaz:
- Comer merda não...
O prefeito:
- Ele é aprumado todo e tem muito dinheiro!
O cabo eleitoral:
- Sendo assim...

ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza. É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no dia a dia. É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a outras. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores, porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece; é quem presenteia fora das datas festivas; é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se atende. Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante no ficar espaçoso demais. É elegante no mudar o seu estilo apenas para se adaptar ao de outro. É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade. Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que “com amigo não tem que ter estas frescuras”. Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura. É A ELEGANCIA DO COMPORTAMENTO...

‘Brígida Brito’

MÁGOAS

Você é do tipo que se magoa facilmente? Pois saiba que a magoa é um sentimento que se origina do amor-próprio. Normalmente nos magoamos quando alguém é desleal conosco ou quando alguém age de forma contrária aquilo que desejaríamos. Há pessoas que se magoam pelas coisas mais insignificantes, - que para elas se tornam super importantes – quando um amigo esquece de lhe telefonar no dia do seu aniversario ou quando não são convidados para determinado ‘programa’ com os colegas de trabalho ou, até mesmo, quando algum conhecido passa por elas pela rua e não as cumprimenta.
O melindroso sempre encontra justificativas para se magoar. Ele está invariavelmente certo e os demais, segundo o seu conceito, injustificadamente mal intencionados. Esse é um comportamento que torna muito difícil o convívio. Quem é que se sente à vontade com alguém que pode se ressentir ante a mais sutil contrariedade? Essa é uma das desvantagens de quem é muito suscetível. Mas não é a única!
A mágoa é como um ácido que coroe o frasco que o contém! Gera estado patológico de humor, pois o melindrado sente uma necessidade enorme de demonstrar o seu descontentamento. Por isso, às vezes uma pessoa está bem humorada, mas quando se aproxima de quem a magoou, muda radicalmente de conduta, para deixar bem claro de que está ressentida.
Tais condicionamentos doentios desequilibram as emoções e produzem efeitos inclusive sobre o organismo físico estimulando o aparecimento de disfunções nervosas,problemas de digestão, dores de cabeça, etc. além disso, para quem acredita, espíritos desencarnados em estado de depressão podem vir a se ligar à mente da pessoa, que, não raramente, se compraz na mágoa.
Não se deixe abater pelas decepções da vida. Magoar-se não vai resolver problema algum; pelo contrário, vai agravá-lo mais ainda. Não se esconda por detrás dos argumentos de que: “Não tem sangue de barata” ou de que “não é capacho de ninguém”.
Coragem e dignidade se mostram com equilíbrio dos sentimentos. Mas você não precisa fingir que não vê o mal que lhe fazem!
Basta compreender que quem faz o mal o faz para si mesmo. Ademais, tocar a vida com nobreza e esportividade é uma maneira muito mais inteligente de revelar o seu amor-próprio.

‘Brígida Brito’

QUEM NUNCA ESTÁ SÓ!

O homem receoso não sabe o que é estar só; há sempre um inimigo atrás da sua cadeira. – Ah! Quem, portanto, poderia nos contar a história desse sentimento sutil que se chama solidão!

‘Friedrich Nietzsche’

HUMANIDADE

Não consideramos os animais como seres morais. Mas vocês pensam, pois, que os animais nos consideram seres morais? – Um animal que sabia falar disse: “A humanidade é um preconceito de que nós, animais, pelo menos não sofremos”.

‘Friedrich Nietzsche’

ÚLTIMO ARGUMENTO DO CORAJOSO

“Nesses arbustos há serpentes” – Bom, vou penetrar no meio desses arbustos e matá-las – “Mas talvez sejas tu vitima delas e não elas as tuas!” – Que importância tenho eu!

‘Friedrich Nietzsche’

O EFEITO DOS ELOGIOS

Um grande elogio torna alguns envergonhados, outros, impertinentes.

‘Friedrich Nietzsche’

DOMÍNIO

O domínio é alcançado quando, na execução, não nos enganamos nem hesitamos.

‘Friedrich Nietzsche’

OS MAIS MEDIOCRES SÃO SUFICIENTES

É preciso evitar os acontecimentos quando sabemos que os mais medíocres deixam em nós uma marca bastante forte – e a estes não podemos escapar – o pensador deve ter nele um cânon aproximado de todas as coisas que quer ainda viver.

‘Friedrich Nietzsche’

NA FRENTE DO INIMIGO

Como a má música e as más razões soam bem quando marchamos na frente do inimigo.

‘Friedrich Nietzsche’

LOGO APÓS A EXPERIENCIA!

Mesmo os grandes espíritos não têm uma experiência mais larga do que cinco dedos – logo depois cessa a reflexão e o seu vazio indefinido, suas asneiras, começam.

‘Friedrich Nietzsche’

FARMACIA MILITAR DA ALMA

Qual é o remédio mais eficaz? – A vitória.

‘Friedrich Nietzsche’

EM CAMPANHA

Devemos tomar as coisas mais alegremente do que merecem; especialmente porque as levamos a sério mais tempo do que o merecem.
Assim falavam os bravos soldados do conhecimento.

‘Friedrich Nietzsche’

NÃO ESQUECER

Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar.

‘Friedrich Nietzsche’

MUDAR DE PELE

A serpente que nao mudar de pele, morre. De igual modo os espíritos que impedimos de mudar de opinião deixam de ser espíritos.

‘Friedrich Nietzsche’

O DEFEITO DO CARRO NOVO

O deputado Judivan Cabral comprou um carro novo para iniciar a sua campanha à reeleição, e convocou o seu motorista Sebastião para a primeira viagem.
No caminho, o carro, mesmo novo, começou a esquentar. Sebastião parou o carro, abriu o capô para esperar esfriar e aproveitou para ir ao mato urinar. Só que esqueceu de fechar a braguilha da calça.
Quando Sebastião começou a pesquisar o defeito do carro, Judivan observou:
- Sebastião, feche a braguilha!
Sebastião:
- Doutor Judivan, este carro é muito novo, não sei onde é a bragua desse bicho, não!

PERDIDOS NA NOITE

Logo nos primeiros dias como presidente; João Goulart chamou o assessor de imprensa, Raul Ryff, meteu-se num Fusca e saiu dirigindo na noite da desconhecida Brasília, com suas avenidas largas e superquadras estranhas.
De repente se deparou com um caminhão, frente a frente. Estava n contramão. O caminhoeiro gritou:
- Amigo, não sou daqui. Como faço para chegar no final da Asa Norte?
Jango olhou para Ryff e, divertido, desculpou-se:
- Ih, rapaz, não sei. É que eu também não sou daqui!...
E foi embora, ás gargalhadas.

TEMAS DE INTERESSE

O “Manifesto dos Coronéis” pretendia derrubar João Goulart do MINISTÉRIO do Trabalho, em 1951, no segundo governo de Getulio Vargas.
O jornalista Murilo Melo Filho conseguiu ser recebido por Eurico Gaspar Dutra, que era avesso a entrevistas. Murilo quis saber, antes, sobre um roubo ocorrido na casa do ex-presidente.
Dutra desconversou:
- Não foi nada demais. Ele pegou algumas coisas e foi embora, só isso.
- Presidente o Sr. acha que os coronéis vão derrubar Jango do ministério? – disparou Murilo, fazendo a pergunta que de facto interessava.
- Olha, Murilo, é melhor falar do ladrão...

ELAS POR ELAS

Fila para comprar chope, num shopping de Buenos Aires. Após longa espera, o professor União chega ao balcão:
- Me dê dois chopes!
O balconista:
- Dois chopes?
União:
- Sim. Era tomar um, logo e outro depois, e não entrar de novo na fila!
O balconista, dando uma de doido:
- Vai tomar os dois de uma vez, é?
União:
- E você por acaso está me vendo com duas bocas?
O balconista ficou furioso:
- Só pode ser brasileiro!...

SENADORES ¼ SÃO DA MAFIA...

Dos 81 Senadores brasileiros, 21 estão processados na Justiça Federal acusados de crimes contra a administração pública, peculato, lavagem de dinheiro, fraude em licitação e corrupção ativa.
Mesmo assim, qualquer cidadão ou jornalista que fale com eles, vai obter como resposta a negação de toda e qualquer acusação, atribuindo o facto á rivalidade política.
O mais interessante é que todos continuam a trabalhar normalmente e até participam de Comissões Parlamentares de Inquérito.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

MEDOS

Para onde levo meus medos a musa sabe o entrave burocrático o sonho descrito na paisagem absorta espécie de estrela fria vigia onde o vento espanta as luzes no escuro da vista o medo floresce e desponta a mão treme o cansaço da mente escuta e sente o frio na hora pressente ser tarde o dia em que a coragem esteja na presença do como sair daqui agora meu medo permanece em cada banco onde sento consciente do estilo são os chapéus da época outras eras se aproximam e nada sei teria a censura do quarto fechado a porta exposta a carne sobre a cama o espelho espelha a vaidade fecho o livro não lido meus olhos parados sentem o frio e o calor ondas hordas árdua batalha.

Pedro Du Bois

UMA ESQUERDA, OU VÁRIAS ESQUERDAS?...

A realização de uma festa organizada por figuras de esquerda, em que Manuel Alegre, surgiu como o autentico cravo de união, não é mais do que o reflexo do surgimento de várias esquerdas unidas em dois blocos grandes blocos, prontos para a batalha do domínio territorial.
De um lado a esquerda fatinho Chanel e Pom-Pom, que se encontra no Governo, liderada por um Sócrates, sem grande alma, e seguro por cordéis, enquanto por lá se mantiver, no Governo, pois finado reinado, serão mais de 20 cães a lançar-se a um osso só.
Do outro lado a esquerda de Alegre de Louça, dos dissidentes do PCP e de mais uns quantos arrivistas, todos juntos até fazem lembrar a velha sigla dos anos da luta sem quartel, do MRPP (Merda Restante dos Partidos Políticos), neste caso, atualizando para o século XXI, será o “MRPP” dos partidos de esquerda.
Mas será que alguém se esqueceu que foi o Dr. Mario Soares quem deu o tiro de partida, para toda esta criativa atividade, ao lançar fortes e contundentes farpas, á poucos dias. Será que Manuel Alegre não fez já as pazes com o compadre e se lança numa pré-campanha a longa distancia para uma segunda volta com Cavaco?
E onde fica o PCP no meio disto tudo?
Bom fica; como sempre, no Bar da Soeiro Pereira Gomes, e nos Centros de Trabalho, esperando que os amanhãs cantem...
No meio de tudo isto, quem vai delirando de esperança é a Direita, que mesmo retalhada, vai assim ter tempo e meios para se poder organizar e juntar na luta contra o Partido Socialista do fatinho Chanel e do Pom-Pom!!!
Ou muito me engano, ou face á grave crise econômica e administrativa, o ano de 2009, vai ser quente para ‘caramba’, na área política, ao contrario do que muitos analistas político-ambientais andavam a prever, lendo só nas estrelas...
O mal disto tudo, é que a realidade acontece na Terra e não nas estrelas, ou nos cometas!

João Massapina

FACTS BY OUR SIDE

Facts by our side are never sudden Until they look around And then they scare us like a spectre Protruding from the Ground— The height of our portentous Neighbor We never know— Till summoned to his recognition By an Adieu— Adieu for whence The sage cannot conjecture The bravest die As ignorant of their resumption As you or I.

Emily Dickinson

SEM LUGAR PARA LDRÕES

José Calixto, primo de Leonel Brizola, fundou no noroeste do Rio Grande do Sul, em 1961, o Movimento dos Sem Terra. Ao saber que os militares não queriam a posse de João Goulart, com a renúncia de Jânio Quadros, ele reuniu cinco mil homens e marchou para Porto Alegre. No meio do caminho, com dificuldades para alimentá-los, disse em voz alta:
- Vou dr uma chance de vocês roubarem um pouco. Quem quiser roubar, dê um passo à frente.
Apresentou-se uma centena de manifestantes dispostos a “roubar”.
- Eu só queria saber quem eram os ladrões. Quem deu um passo à frente, fora da tropa! Ladrão não luta pela Pátria!
E seguiu viagem.

LAGOSTA NO PIANTELLA

Após um dia intenso no Congresso, o deputado Edivaldo Mota chega ao Restaurante Piantella, de Brasília, pede uma dose de uísque e uma lagosta.
Depois de várias doses de uísque, e tendo diante de si a lagosta, Edivaldo interpela o garçom:
- Meu amigo, não está vendo, não? A esta lagosta está faltando uma perna...
O garçom, malandro, diz:
- Não esta vendo, não? Esta lagosta pegou uma briga em alto mar com outra lagosta, e perdeu a perna.
Edivaldo, impávido:
- Então, faça o favor de trazer a outra lagosta que derrotou esta!

OBSTÁCULOS

Durante anos, um velho fazendeiro tinha arado ao redor de uma grande pedra em um de seus campos. Ele tinha quebrado várias laminas do arado e tinha cultivado um ódio mórbido pela pedra.
Um dia, depois de quebrar outro arado, e se lembrando de toda a dificuldade que a pedra lhe tinha causado por anos, ele decidiu finalmente fazer algo que resolvesse o problema definitivamente. Quando ele pôs uma alavanca debaixo da pedra, ele foi pego de surpresa ao descobrir que a pedra tinha apenas 18 centímetros, aproximadamente, e que ele poderia, facilmente, quebrar a pedra com uma marreta.
Quando estava carregando os pedaços da pedra ele no se conteve e começou a rir sozinho, enquanto se lembrava de toda a dificuldade que a pedra tinha lhe causado durante anos e como teria sido melhor se tivesse enfrentado o obstáculo e quebrado a pedra mais cedo.
E você? Faz como este fazendeiro? Fica adiando e convivendo com as “pedras” em seu caminho, sem tentar ao menos remove-las? Todos temos obstáculos, dificuldades, reais ou imaginárias, que ficamos ou fazendo de conta que não as vemos, deixando para resolver depois ou pior, achando que são intransponíveis, sem solução.
Procure neste momento fazer uma reflexão sobre os obstáculos e dificuldades de sua vida, o que está lhe impedindo de ser feliz, que está lhe adoecendo, lhe tirando o sono e, de forma realista, encarando-as com honestidade, tome uma decisão sobre elas.
Procure identificar as apenas imaginadas por você mesma, oriundas de seus medos e frustrações, de seu amor próprio ferido, de seus preconceitos, orgulho, arrogância e livre-se imediatamente delas. Vale a pena o esforço! E, aquelas que não dependem de você, mas das circunstancias da vida, entregue-as a um poder maior, que tudo vê, que tudo sabe e que tudo resolve. Estas são lições que temos que; aprender, que fazem parte de nossa evolução, de nossa caminhada na volta da luz.

‘Brígida Brito’

quarta-feira, 4 de junho de 2008

ADAPTANDO A PAIXÃO DE CRISTO

Zé Sozinho era cineasta amador em Caririaçu, no Ceará, e ganhava a vida exibindo filmes pelo interior do Nordeste. Era criativo, quando um filme começava a cansar os expectadores, ele editava a película, misturando finais de várias fitas.
Naquela semana, fazia a exibição da Paixão de Cristo em Serra Negra. Vendo que tinha saturado, ele editou o filme, acrescentando cenas do filme do Zorro.
Diante da estranheza dos expectadores, ele pegou o microfone e explicou:
- Minha gente, esses são os amigos de Jesus que vieram lhe ajudar contra Judas!

SOFRIMENTO COMO ÁLIBI

Jorcelino Tolentino da Gama, vice, rompeu com o prefeito de Paranaguá (PI), Avelino Lopes, e decidiu candidatar-se à prefeitura.
O prefeito foi à Justiça para impugnar a candidatura, alegando que Jorcelino assumira o cargo. Até apresentou um ofício assinado por ele. Convocado pelo Juiz, Jorcelino negou que a assinatura fosse sua:
- Doutor Juiz, eu tenho a maior dificuldade de assinar o meu nome. Quando assino, é um sofrimento. E este ano eu não tive esse sofrimento!

PROCURA-SE UM AMIGO

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor... Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, no porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

‘Vinícius de Moraes’

AS PESSOAS COMO ELAS PODEM SER

Estava na calçada do jornal muito animado programando viagens para instantes desconhecidos. Uma volta no quarteirão e encontrar um tema batido ou o norte de uma transa que ainda não conheço, ainda que seja pra já. Cenas perdidas, o primeiro ou último dia dos Maiôs de 68, que se foram, enfim.
Não há como seguir na contra mão se outras vontades em dias quentes viram dores, amores e pessoas na mente. Quem é aquele homem sem braço que me cumprimenta toda a tarde, quando estou a caminho do Tribunal de Justiça.
Fellini está em toda a parte. Sobram actores. Me encanto com pessoas que não se esforçam para ser agradáveis. Eu faço isso com naturalidade. Vou por aí morrendo de rir.
Um deslumbramento – crianças segurando nas mãos dos pais entrando e saindo das escolas. Filhos, dicas, de coisas para contar, de onde, enfim brotam novidades, mesmo que sejam eletrizados, crescidos e vencedores. Deve ser horrível não ter um filho.
Proust e Machado. Se fosse escolher três autores, estaria satisfeito só com Proust. Talvez, Borges. Levaria canções – que me remeteriam para Rosas, Marinas, Sandras, Gabrielas e Cristinas.
Adultos infantis em ritmo de despedida sem manifestos contra a experiência de ser ou não ser. Amigos raros e harmônicos e, talvez, descobriremos depois, como eram bons e sobre outros assuntos, eles ganharam de mil.
Pessoas que têm me inspirado muito nos últimos dias: uns nus e outros atirando pedras. Carlos Aranha tem razão, lembrando o poeta do Eu:
“A mão que afaga, é a mesma que apedreja”
Não tenho duvidas. Viver com as pessoas como elas são ou como podem ser. Ninguém precisa se esforçar para ser melhor, nem menor. Nunca.
Alguns mixurucas com ambições intergalácteas. Uma ótima pessoa – como sinceramente acredito, seja sempre – mesmo que seja desagradável um dia. É a vida.
A maior gloria é permanecer no coração de muitos. Uns veludos, outros caducos.

‘Kubitschek Pinheiro’

segunda-feira, 2 de junho de 2008

QUE SATISFAÇÃO

Quase um ano depois da morte do chefe político nordestino Pedro Badoque, uma comissão de inquérito da ditadura sugeriu o confisco dos seus bens.
Ministro da Justiça, Petrônio Portella temia uma injustiça contra a família do morto. Pediu provas. E um atestado de óbito.
Dias depois, ele recebeu um oficio da Policia Federal:
- Senhor Ministro, temos a satisfação de encaminhar o laudo cadavérico do Sr. Pedro Badoque, etc...
Petrônio sapecou um despacho na parte de cima do papel:
- Que mórbida satisfação!

O PEDIDO MAIS FORTE

Murilo Badaró era Senador e pediu ao governador de Minas, Ozanan Coelho, a nomeação do seu filho para um apetitoso cargo que descobriu vago na estatal Açominas.
Após alguns dias esperando, ele cobrou:
- Então, Ozanan, vai nomear o rapaz?
- Vou,mas o rapaz é outro: Saulo, meu filho.
Ante a perplexidade de Badaró, Coelho encerrou o papo:
- Ora, Murilo, eram dois pedidos. Entre o do Senador, que é você, e o do governador, que sou eu, o pedido do governador era mais forte!

DA FELICIDADE

"O homem sequioso de glória transforma em bem próprio a atividade alheia; o voluptuoso põe a felicidade nas próprias sensações; o homem inteligente, no seu procedimento."

Marco Aurélio, in Pensamentos, Livro VI, trad. João Maia

DA RECTIDÃO

"Se alguém me pode convencer com provas à mão de que as minhas opiniões ou modo de proceder não são rectos, sem custo mudarei. Procuro a verdade, que nunca prejudicou ninguém. Prejudica-se o que, pelo contrário, persiste no erro e na ignorância."

Marco Aurélio, in Pensamentos, Livro VI, trad. João Maia

ESPALHAR NO SUL...

[Sanculo, Maio de 2008]

“Escreve um texto doce. Registra uma imagem - a mais rara. Traz bocadinhos dessa luz. Quando vieres; espalha tudo isso nesse sul.”

FILA INDIANA

Um atrás do outro, atrás um do outro, ano após ano, ano após outros, minuto após minuto, século após séculos, continuam (a conduzir seus madeiros na perícia dos próprios dramas) um atrás do outro, atrás um do outro, ano após ano, ano após outros, minuto após minuto, século após séculos, e de novo um atrás do outro, atrás um do outro, até a surdez final do pó.

Nauro Machado

FORA DE ALCANCE

Pelos meridianos imaginários viaja a noite sem medida e se infiltra o dia. Pelos mediterrâneos iluminados. Uma aragem sopra onde as bandeiras nas muralhas, onde os códigos, as malhas das fronteiras. Desde os confins da Terra sopra. Sobre os equadores de todas as divisas sopra, sobre os estritos dicionários, as praias restritas onde nada sobra. Faz-se ventania, clamor, vozerio sem letra e desigual e sem destino, que se desperdiça: nos paralelos do deserto, num parapeito de balcão. Nos paradeiros mais incertos, pelas margens opostas do paraíso.

Izacyl Guimarães Ferreira

DEMISSÃO NA MARRA

Artur Bernardes assumiu o governo de Minas e começou a demitir os adversários. Mas quis ser gentil no caso da Imprensa Oficial, solicitando a um amigo que procurasse o diretor, Augusto Lima, seu oponente.
- Vou direto ao ponto, Dr. Augusto – disse o amigo comum, cumprindo a tarefa – o governador mandou sugerir que o senhor peça a demissão.
- Alto lá! Ao adversário nada peço. Nem demissão.
Foi demitido no dia seguinte.

O DEPUTADO PITOMBA

O deputado Praxedes Pitanga estava participando de uma festa, quando uma senhora começou a insistir em falar com ele.
Praxedes atendeu a mulher com educação:
- Pois, não, minha senhora.
A mulher:
- Quero lhe dizer que tenho uma grande satisfação de poder lhe conhecer, deputado Pitomba!
Praxedes temperou a voz e então revidou:
- Fico feliz com a sua satisfaço, mas devo dizer, minha senhora, que a minha fruta é outra...

COMEÇAR LOGO

O que quer que possa fazer, ou sonhar que pode comece logo.

‘Goethe’

DOMINICAL

Algumas segundas vão além da meia-noite.

QUALIDADE

Só se morre uma vez. Tente morrer com dignidade.

MEDROSO

A pior coisa para um ladrão é ter medo do escuro.

ROUBAR MUITO, OU POUCO...

O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza.

‘Padre António Vieira’

A VIAGEM

Às vezes sinto necessidade de morrer, como pessoas acordadas sentem necessidade de dormir.

‘M.me du Deffnd’

PAPILIO INNOCENTIA

Considerai a arte da composição das asas da borboleta: a regularidade das escamas, cobrindo-s, como se fossem penas; a variedade das cambiantes cores; a tromba enrola, com que suga o alimento no seio das flores: as antenas, órgãos delicados do tato, que lhe coroam a cabeça, cercada de uma rede admirável de mais de mil e duzentos olhos...

‘Bernardino de Saint-Pierre’

DESCONFIANÇAS

Muitas vezes, somos iludidos pela confiança; mas a desconfiança faz que sejamos por nós mesmos engandos.

‘Principe de Lingne’

A APRESENTAÇÃO

Ao balsamo, fazem as moscas, que nele morrem, perder a suavidade do perfume. Uma parvoíce ainda que pequena e de pouca dura, dá motivo a não se ter em conta nem sabedoria nem glória.

‘Eclesiastes X’

O REFLEXO PERDIDO

A minha filosofia toda resume-se em opor a paciência às mil e uma contrariedades de que a vida está inçada.

‘Hoffmann’

FILHOS SOIS...

Filhos, sois para os homens o encanto da alma.

‘Menandro’

HOMEM SENSATO...

Nunca é bem que um homem sensato eduque os seus filhos de modo a desenvolver-lhes demais o espírito.

‘Eurípedes – Medéia’

ONDE HÁ MULHERES...

Onde há mulheres, aí se congregam todos os males a um tempo.

‘Menandro’

ACOLHIMENTOS BONS E MAUS...

Está a ceia na mesa. Torne o bom acolhimento desculpável o mau passado.

‘Walter Scott – Ivanhoé’

DOAÇÃO...

Ao morreres, dota a algum colégio ou a teu gato.

‘Pope’

A ARTE DE AMAR

Semeai promessas: a ninguém causam desfalque, e o mundo é rico de palavras. A esperança quando os outros nela crêem faz ganhar muito tempo.

‘Ovídio – A Arte de Amar’

O VIAJANTE

Próprio de espírito sorumbático, é andar sempre calado: tagarelar é o encanto e a alma da vida.

‘La Chaussée’