terça-feira, 30 de setembro de 2008

LISTA DE EXCESSOS

Obsessões e comportamentos exagerados dão origem a novas definições’

METROSSEXUAL
Homem obcecado por produtos estéticos e cuidado os com o corpo, tradicionalmente femininos.

GASTROSSEXUAL
Homem que adora cozinhar.

TURBOSSEXUAL
Homem muito sexual que satisfaz o seu desejo com qualquer tipo de pessoa.

RETROSSEXUAL
Homem que não gasta dinheiro com a sua aparência ou estilo de vida (oposto de metrossexual)

ECOSSEXUAL
Pessoa com elevado sentido estético aliado a preocupação ambiental.

TECNOSSEXUAL
Homem com elevado sentido estético, mas viciado em gadgets.

POMOSEXUAL
Com sexualidade pós-moderna em que não existem rótulos bissexual ou homossexual.

UBERSEXUAL
Homem heterossexual, másculo,mas em contacto com o seu lado feminino.

TANOREXIA
Obsessão pelo bronzeado.

VIGOREXIA
Fixação por exercício físico.

EBRIOREXIA
Alimentação apenas com bebidas alcoólicas para emagrecer.

ORTOREXIA
Obsessão por alimentos saudáveis.

BRIDEROXIA
Loucuras que uma noiva faz para emagrecer antes do casamento.

PREGOREXIA
Mulheres grávidas que sofrem de anorexia.

WANNAREXIA
Pessoas que tentam ser anoréticas sem conseguirem.

MANOREXIA
Homens anoréticos.

sábado, 14 de junho de 2008

NINGUÉM CHORE SOZINHO


A vida é bonita como uma flor. Viver é bonito que nem um passarinho. É do jeito dos olhos e do olhar. Colorido, preto e branco como se quer. Pedra e pau, algodão e fumaça. Cabriola e requebro, rodopio e ponto de chegada. Vai e volta. E por ser ela, nem vai nem volta. Estanca nas emoções que são os confeitos da própria vida.
A vida é o menino mijando no fundo do quintal, o caramelo na boca, a sacristia, o perdão do copo da cachaça, a mulher nua, o homem de gravata, o peito empinado, o seio de mamar, a lágrima e o véu, o coração e o pio, a pena e a asa, mesmo assim, um passo, mergulho sem fundo. A vida é vez. E toda vez é vez. Nem que seja pelo avesso. Que frente e costa têm cor. Nos arco-íris de fora e de dentro.
A vida é doce que nem lágrima salgada. É um rio no rosto que espera. Um caminho de bocas e de silêncios. Vestido rendado e calça curta. Véspera e luz. Nos arredores do tempo, os canteiros se enchem de flores e pingam espinhos, que flor e espinhos, que flor e espinho são da mesma oração. A vida é bonita como uma flor eterna em cada pétala que cai. E se debruça no chão, o orgasmo da fome.
Pois a vida é fome e pétala, é rosa e canteiro, parto e aborto, explosão e desmaio, o cisco no canto do olho, a cadeira de rodas, a espingarda, o gatilho das esperanças, a esmola e a mão cheia. O pinico e o prato, o pé, o sapato, o cabelo e a queda, o baile e o sereno, o vestido e o nu. Os dedos desencontrados que enganam a magia das mãos...
Por tudo isso me calo. Perco a voz. Esqueço o silencio. Que a voz é vôo. Canto as minhas alegrias e me deito nos meus recantos. Todos eles cheios de estradas e de mim mesmo. Canto a vida, o vai-e-volta das cavernas, a árvore e o tronco, a minha ilusão das catedrais e dos morcegos, o vôo surdo das asas noturnas, o roçar das pernas flutuantes nas beiras da noite. Por tudo isso eu não me calo. Adejo, flutuo, nos morcegos e nas andorinhas que misturam as imagens das criaturas.
Por tudo isso eu calo e não me calo. A dor do sapato se muda na dor da estrada, pois a vida é bonita que nem uma flor. Estes passos dos dedos, das unhas, das estrias, dos riachos da alma, pedaços de tudo que escorrem para dentro de mim. É vez de ver, de escutar, de sombra e luz. A luz debaixo dos meus pés, que os pés se multiplicam nas veredas, gosto dos caminhos maiores.
Por isso, a vida é maior. Pois pergunto ao tronco e à folha, a razão de cada um, pauta e escala musical, onde verdadeiramente estou, onde verdadeiramente estamos. Talvez na pétala ou no espinho, no tronco ou na folha, no tronco da moeda, no espelho de todas as imagens. De resto, que ninguém chore sozinho.

In memoriam

‘Robério Maracajá’

Um Meio ou uma Desculpa - Roberto Shinyashiki

Por vezes me fazem chegar artigos, e opiniões deveras interessantes, como foi o caso deste “Um meio ou uma desculpa” remetido por uma amiga especial, e que não podia deixar de compartilhar convosco.
‘João Massapina’

Um Meio ou uma Desculpa

Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho, sem sacrificar feriados e domingos pelo menos uma centena de vezes.

Da mesma forma, se você quiser construir uma relação amiga com seus filhos, terá que se dedicar a isso, superar o cansaço, arrumar tempo para ficar com eles, brincar, fazer lição, deixar de lado o comodismo.

Se quiser um casamento gratificante, terá que investir tempo, energia e sentimentos nesse objetivo.

O sucesso é construído à noite! Durante o dia você faz o que todos fazem.
Mas, para obter um resultado diferente da maioria, você tem que ser especial.
Se fizer igual a todo mundo, obterá os mesmos resultados.

Não se compare à maioria, pois, infelizmente ela não é modelo de sucesso, CONFIE EM SI MESMO.

Se você quiser atingir uma meta especial, terá que estudar no horário em que os outros estão tomando chope com batatas fritas.
Terá de planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão.
Terá de trabalhar enquanto os outros tomam sol à beira da piscina.

A realização de um sonho depende de dedicação, há muita gente que espera que o sonho se realize por mágica, mas toda mágica é ilusão, e a ilusão não tira ninguém de onde está, em verdade a ilusão é combustível dos perdedores pois...

Quem quer fazer alguma coisa, encontra um MEIO. Quem não quer fazer nada, encontra uma DESCULPA.

‘Roberto Shinyashiki’

TAPA NA CONSCIÊNCIA

Quando a conheci, ela já estava com câncer. Havia retirado um seio, que não fazia a menor falta à sua beleza. Esse era um assunto que eu procurava evitar, não obstante o interesse em saber como tudo tinha acontecido.
Um dia, ela me disse:
“Quando soube que estava doente tive que me submeter a uma mastectomia. Foi um choque. Uma mudança que não ocorreu só no corpo, mas em todo o meu ser. Depois, percebia que já era outra pessoa, pois via tudo completamente diferente.”
“Veio a quimioterapia, fiquei careca, mas encarei tudo com um surpreendente realismo. E conclui que tinha que seguir a seqüência.”
“Seguir a seqüência”... esta frase até hoje se repete na lembrança que tenho da minha amiga. Conhecê-la foi uma das melhores lições que tive na vida. Incrível como naquele olhar havia tanta beleza e esperança capazes de passar por cima de qualquer tristeza.
“Germano, ao constatar que nem sobre a própria vida temos posse alguma, vi que o grande ensinamento é o desapego, e comecei a doar minhas coisas. Era um exercício difícil porque eu procurava me desfazer primeiro daqueles objetos de que mais gostava. Isso foi muito bom porque me sentia mais independente; mais solta e livre de presilhas e ilusões...”
E mudou radicalmente a alimentação. Procurava comer grãos integrais e coisas naturais, o que lhe dava mais lucidez e percepção das verdades, além de alguns anos de sobrevida. Como uma coisa puxa a outra, a paz que o arroz integral lhe deu completava-se com leituras zen-budistas.
“Quando mamãe me trouxe uma peruca para esconder a minha careca, achei muita graça. Mas o espelho censurou-me: Não Julia, nada de mascaras, a realidade não é esta. Ademais, eu também tinha que me desapegar da imagem que guardava de mim mesma e para os outros. E dei a peruca para os meninos brincarem. Foi muito engraçado”.
Certo dia ela tateava a nossa estante e deparou-se com um livro que lhe interessou. “Posso pegar emprestado?”. “Sim, claro, leve-o, é muito bom!” Passadas algumas semanas, agora era eu quem ‘voejava’ na sua biblioteca. E veio-me a lembrança do livro emprestado. “Julia, você já terminou de ler aquele livro de Rajneesh?”. “Terminei, sim, é que emprestei a um amigo meu”. Inicialmente aquilo me inquietou. Afinal para os padrões “normóticos” de etiqueta ninguém deve emprestar algo de outrem sem a devida permissão. Calei-me e mudei de assunto.
Semanas após, novamente em sua casa, lembrei do livro e tornei a perguntar por ele. Mas, ela respondeu. “Ah, o livro agora está com outro amigo”... Confesso que aquilo me desapontou, pois ainda não era tão “zen”, e tão desapegado das coisas tal qual ela.
“Mas, Julia, que coisa! Isso não se faz. Quem já viu emprestar algo que não é seu, e há tanto tempo que era para você tê-lo devolvido”...
“Amigo, livro é pra circular. Não há crime maior do que deixá-los parados numa estante”...
Aquilo foi uma tapa na minha consciência. Uma lição de que me lembro até hoje, e dada por quem mais autoridade não podia ter...

‘Germano Romero’

SOBRE A AMIZADE – 2

A tolerância, talvez seja essa a parte principal. Há de entender-se... Que nenhum ser humano vive em total estado de bom humor a vida toda. Haverá dias em que os ânimos não estarão bons, o coração de um deles não estará bem. Isso sem contar que as pessoas em geral têm os mais diversos tipos de temperamentos e, portanto de atitudes. Há de saber-se que para se ter um amigo, alguns momentos desagradáveis dele teremos de suportar, passar por cima mesmo, ignorar, sabendo inclusive que ele em algum instante fará o mesmo por nós se for amizade verdadeira o que ele sente. Há de saber-se, aceitar e entender, que a perfeição em termos de ser humano não existe, cometemos todos, diversas vezes, falhas, enormes falhas. Nenhum de nós é o rei da verdade, nenhum de nós está certo o tempo todo... em algum momento o nosso amigo é que será a parte certa e por mais que o nosso orgulho nos impeça de dizer, teremos que aceitar.
A humildade há de precisar fazer-se presente sempre. Amigos que não convivem com isso, dificilmente conseguirão levar esse relacionamento avante. Há de ter-se humildade pra dizer coisas simples: “Eu errei, você me perdoa?” “Eu me arrependi, você me desculpa?” “Eu não fui fiel a você, me dá outra chance?” “Eu disse o que não devia, você pode esquecer?” “Eu ando negligenciando nossa amizade, você me permite recuperar esse tempo perdido?”
Amigos não se orgulham de ter orgulho, eles orgulham-se é de passar por cima dele no momento que se fizer necessário.
Orgulho de amigos tem que estar em tê-los como amigos e em poder dizer a qualquer um: “Sim, ele tem um milhão de defeitos, comete mil erros, falha muitas vezes... Mas é meu amigo!”... E nessa última frase... “Mas é meu amigo” “Esta implícito,” e, portanto, apesar de tudo, é com ele que conto na hora da dor e na hora da alegria”. Ser humilde em uma amizade não significa humilhar-se, significa sim, provar ao outro o seu grau de importância em nossa vida.
Por fim, uma amizade há de ter altos e baixos sim, há de atravessar furacões, cair em abismos, há de despedaçar-se, arrastar-se, ser vulnerável... Mas se for amizade de verdade, há de voltar, envolta em ferimentos, apoiada numa bengala, sangrando até... E há de encontrar o seu companheiro com o curativo nas mãos, amor no coração e disposto a dar o perdão!

‘Brígida Brito’

SOBRE A AMIZADE – 1

Engraçado, eu sempre fiquei pensando em que momento da vida foi criado esse sentimento… A amizade. Quem será que compôs o primeiro par de amigos da face da terra? Fico imaginando que eles devem ter tido muitas dificuldades nesse relacionamento, afinal, foram os pioneiros em dar carinho, aparar arestas, serem muitas vezes incompreendidos e ainda assim estarem sempre de braços abertos para receber o outro quando preciso.
Bom, mas o tempo passou e hoje já sabemos muitas coisas sobre amizade. Há de entender-se que a amizade não é algo somente que nos traz alegrias e esse é o maior desafio dela. Há de aceitar-se que se pode ter amigos diferentes de nós, em raça, religião, temperamento, criação, cultura. Isso na verdade não é importante na amizade, nem chega a ser um obstáculo. Há de saber-se que as regras principais da amizade são o respeito, a consideração, a tolerância e a humildade.
O respeito é primordial, aliás, em qualquer tipo de relacionamento ele faz-se necessário. Pessoas têm seus limites e esses limites devem sempre ser respeitados. O fato de termos amizade e intimidade com alguém, não nos dá o direito de violar certas regras que estão implícitas em uma amizade.
A consideração é um fator muito importante também. Não adianta sermos tudo de bom para alguém e nos momentos mais delicados e necessários para esse alguém, não termos a consideração que se resume na atenção devida. Espera-se mesmo que a amizade, como qualquer outro sentimento, seja uma via de mão dupla. No existe a possibilidade de só darmos, jamais recebermos e ainda assim sermos realizados nesse sentimento. Não se trata de um “toma lá dá cá”, mas trata-se de um “lembro-me de que quando eu precisei você esteve comigo, portanto gora você precisa e eu aqui estou”, e isso há de ser feito com um sorriso nos lábios e muito amor no coração.

‘Brígida Brito’

SOB OS VENTOS DO SUL

Não me entendo mais! Ainda ontem, eu sentia em mim a tempestade, alguma coisa de quente e de ensolarado, extremamente claro. E hoje tudo é tranqüilo, vasto, melancólico e sombrio, como a laguna de Veneza: - não quero nada e não solto um suspiro de alivio e, contudo, estou secretamente indignado com esse “não querer nada”: - assim as ondas vão e vêm aqui e acolá no lago da minha melancolia.

‘Friedrisc Nietzsche’