terça-feira, 1 de abril de 2008

SÓ FALTA A SENHA

Há coisas que ainda me conseguem espantar. No sábado à noite aconteceu-me algo absolutamente…ridículo. Nem sei muito bem como classificar. Senti-me estar numa verdadeira montra. Espantem-se os que me conhecem: este fim-de-semana saí à noite…até bem noite! É verdade, algum dia tinha de ser. O que me aconteceu foi tão inusitado (embora digam que é normal em determinados sítios), que percebo por que opto por outras distracções.
Imaginem que eu e as pessoas com quem estava acompanhada decidimos ir a um sítio, que se distinguia dos demais por ter uma fila enorme à porta. Depressa percebemos que se tratava da fila para entrar. Colocámo-nos a jeito e qual não é o meu espanto quando vejo pessoas do meio ou final da fila a entrarem primeiro do que as que estava à frente. Cumprimentavam o segurança com grande à-vontade. Pensei: vamos ficar aqui o resto da noite sendo que nenhuma de nós conhece aquela figura. Pouco depois escolheram-nos e outras pessoas que já estavam na fila lá continuaram a aguardar. Afinal qual é o critério de selecção? Depende da carinha de palmo e meio? Do que se tem vestido? Do cheiro do perfume já misturado com o fumo do tabaco transferido de um outro sítio? Senti-me muito mal, como se estivesse numa montra. Além disso, achei injusto entrar primeiro que outras tantas pessoas, à espera há mais tempo do que nós! Porquê?
Mais uma vez percebi por que não gosto de sair à noite. Há pessoas que fazem daquilo uma missão de engate: elas preferem habilitar-se a uma valente constipação, desfilando os modelitos, em vez de andarem vestidas; eles roçam em todas as raparigas com que se cruzam e se alguma lhes dá uma resposta, disparam “hum…gosto desta. É das que gosta de se fazer de difícil”. A somar, é o incómodo do fumo, do falar alto porque ninguém se ouve no meio de tanto barulho e música alta e as figuras tristes que fazem porque bebem sem saber. A maioria das pessoas não sabe beber. Acham que só se divertem se estiverem demasiadamente “alegres” e, porque actuam por psicologia de grupo, não sabem dizer “não”. Eu não actuo pela maioria nem minoria: as minhas atitudes dependem apenas das minhas convicção e vontade.
Uma amiga desafiou-me a sairmos todos os fins-de-semana até porque mantém acesa a esperança de arranjar um namorado. Nunca se sabe onde está a “cara-metade”, mas num ambiente daqueles… A analisar pelo cenário de sábado…é contra-gosto que repita a experiência.

In. Gosto e contra-gosto

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