segunda-feira, 2 de julho de 2007

A REAÇÃO DE GAIA

Hesíodo, poeta do século 8 a.c., alçava Gaia à categoria de segunda divindade primordial. A origem do nome Gaia remonta ao da deusa grega, conhecida ainda como Geota (geo, em grego, significa terra). O aquecimento global tem levado cientistas a debater o tema Gaia. Esses estudiosos são unânimes em reconhecer o aumento célere da temperatura média na superficie da terra.
A explicação para a vida em nosso planeta surge no século XIX, com a teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin. Para esse biólogo inglês, a evolução dos seres vivos depende da sua adaptação ao ambiente através da selecção natural. Há mais de trinta anos, o químico e ambientalista inglês, James Lavelock, alarga as idéias darwinianas, ao criar a Teoria de Gaia, com visão holística, ao observar os sistemas como um todo, como funcionam e quais as inter-relações existentes entre eles.
Recentemente, Lovelock lançou o livro a Vingança da Gaia, cuja idéia central é aterradora e apocalíptica, por prever que Gea pode se vingar das agressões que lhe são feitas, pois esse superorganismo não fica inerte, está sempre pronto para reagir e se adaptar às acções dos seres vivos, pronto para gerar, manter e regular as condições ambientais necessárias à sua sobrevivência, mesmo que para isso tenha de recorrer à destruição de algumas espécies.
Com essa idéia de vendeta, Lovelok equipara a terra a um ser racional e pensante. E não é isto o que está acontecendo? Parece que sim, basta que se apontem as seguintes catástrofes: o estado febril do planeta caminhando para um estado comatoso, a perda quase total das neves de Kilimnjaro, monte situado na África, tão decantado na pélicula de igual nome, o derretimento da calota polar na região Artica, consequências do desaparecimento do CO2 na atmosfera, do cultivo desordenado de imensas áreas, da devastação das florestas.
E haja furacão, secas, viroses, bactérias... Que fazer? Pressionar os dez maiores poluidores do mundo a aderirem a políticas ambientais sérias, enquanto ainda resta uma esperança.
- "Onélia Queiroga" -

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