segunda-feira, 24 de março de 2008

JÂNIO E A TORTA

Como todo o político em campanha, o estômago de Jânio Quadros tudo aceitava sem direito a queixas e ele se derramava em elogios, às vezes imerecidos.
Foi o caso da torta de odor suspeito oferecida pela mulher de um perfeito, no interior de São Paulo.
Ele mentiu:
- Que delicia! Seria ótimo outro bocado para a viagem de amanhã!
Ao amanhecer, quando se preparava para partir, recebeu da orgulhosa senhora uma nova torta.
Jânio agradeceu, comovido, até enxugou uma lágrima inexistente. Mas a atirou no lixo, tão logo dobrou a esquina.

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